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Conclusão

Diante do que foi apresentado neste capítulo, o leitor se deve estar perguntando por que o Corpo Governante não se deixa convencer pelas evidências disponíveis. No primeiro parágrafo deste capítulo foi dito ao leitor que “1914 é o alicerce de todo o arcabouço doutrinário que dá à religião um caráter exclusivo”. O encarceramento dos líderes do movimento, nos anos posteriores a 1914, no começo os deixou muito confusos, uma vez que a esperança deles era ser levados para o céu, se não em 1914, pelo menos logo depois. Nas décadas seguintes, no entanto, procurou-se fazer um paralelo com a prisão, e consequente libertação, dos líderes e a morte, e consequente ressurreição, das duas testemunhas do capítulo 11 de Apocalipse. Desde então, várias passagens bíblicas têm sido convocadas a dar apoio a esse conceito, todas elas de alguma forma parecendo dar algum sentido aos incidentes que sobreveio aos líderes logo depois de 1914. A seguir são alistadas algumas:









A respeito de Isaías 66:6:

No cumprimento moderno dessas profecias, houve um importante evento espiritual em 1918, relacionado com a adoração de Jeová. Nessa época, Jeová e Jesus evidentemente fizeram uma inspeção de todos os que diziam representar a adoração pura. Essa inspeção levou à rejeição final da corrupta cristandade [todas as igrejas que professam crer em Jesus]. Para os seguidores ungidos de Cristo, a inspeção significou um breve período de refinamento, seguido de uma rápida restauração espiritual, em 1919. — 1 Pedro 4:17 (Profecia de Isaías, volume 2, página 397).


A respeito de Apocalipse 18:2 (o terceiro par de colchetes é dos autores):


A quem esse anjo com grande autoridade usa na proclamação de tal espantosa notícia perante a humanidade? Ora, o próprio povo que é solto em resultado daquela queda, os remanescentes dos ungidos na Terra, a classe de João [referindo-se a todos os seguidores de Russell/Rutherford]. De 1914 a 1918, eles sofreram muito às mãos de Babilônia, a Grande [todas as demais religiões], mas, em 1918, o Senhor Jeová e seu “mensageiro do pacto [abraâmico]”, Jesus Cristo, começaram o julgamento com “a casa de Deus”, os que professavam ser cristãos. De modo que a cristandade apóstata [todas as demais religiões que professam crer em Jesus] foi levada a julgamento. (Malaquias 3:1; 1 Pedro 4:17) A enorme culpa de sangue em que ela incorreu durante a Primeira Guerra Mundial, sua cumplicidade na perseguição das testemunhas fiéis de Jeová e seus credos babilônicos não a ajudaram neste tempo de julgamento; tampouco qualquer outra parte de Babilônia, a Grande, mereceu a aprovação de Deus. — Veja Isaías 13:1-9. De modo que por volta de 1919 Babilônia, a Grande, já havia caído, o que abriu o caminho para os do povo de Deus serem soltos e restabelecidos, como que num só dia, na sua terra de prosperidade espiritual. (Isaías 66:8) Por volta daquele ano, Jeová Deus e Jesus Cristo, o Dario Maior e o Ciro Maior, já haviam manobrado os assuntos para que a religião falsa não mais exercesse domínio sobre os do povo de Jeová. Ela não mais podia impedi-los de servir a Jeová, e de divulgar a todos os que ouvissem, que a meretrícia Babilônia, a Grande, está condenada e que é iminente a vindicação da soberania de Jeová! — Isaías 45:1-4; Daniel 5:30, 31 (Revelação – Seu Grandioso Clímax Está Próximo, página 259, 260).


Foram citadas apenas nove profecias, mas o índice das publicações da Torre de Viga, em sua versão digital, sob o verbete “Datas de significados proféticos”, alista 12 profecias supostamente cumprindo-se em 1918 e outras 27 supostamente cumprindo-se em 1919.






Todos esses conceitos podem ser resumidos assim: por volta de 1918 e 1919, Jeová Deus submeteu a um teste todas as religiões que afirmavam servi-Lo. A comprovação de que houve esse teste pode ser vista na prisão dos líderes dos Estudantes da Bíblia, como eram então conhecidas as Testemunhas de Jeová. A libertação deles é prova de que foram os únicos aprovados no teste. Em consequência disso, todas as demais religiões foram reprovadas, ao passo que os únicos aprovados – a liderança de Brooklyn – receberam dos céus a designação de representar, perante os homens, as pessoas de Jeová Deus e Jesus Cristo.

Todo esse conceito induziu a este outro conceito: assim como Deus exigia respeito e obediência aos Seus representantes do passado, como Moisés, também Deus exige respeito e obediência aos Seus representantes da atualidade. E o histórico mais recente da religião mostra que esse respeito e obediência, se não obtidos pela persuasão, tem sido requerido à base do medo – com a consequente expulsão de todos aqueles que se têm recusado a se curvar perante a autoridade.

Ocorre que toda a autoridade requerida pelo Gorpo Governante está alicerçada sobre a interpretação que fizeram sobre a data de 1914. É apenas lógico concluir que, se Jerusalém foi destruída em 587 AEC, então os 2520 anos, se interpretados corretamente, apontam para 1934. Mas os anos que se seguiram a 1934 não dão suporte ao teste e consequente aprovação dos líderes como parece dar os anos que se seguiram a 1914. Desse jeito, a autoridade de Brooklyn fica a depender unicamente de 1914 como base para defender sua autoridade sobre o rebanho. Abandonar 1914, portanto, significa renunciar toda a autoridade que tem exercido, bem como renunciar ao conceito de ser a única religião aprovada por Deus. A insistência do Corpo Governante em defender a sua cronologia é um sinal claro de que, por enquanto, as coisas vão continuar como estão.


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