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22/10/2001 – carta de Paul Gillies ao The Guardian

No dia 22 de outubro, Paul Gillies, o assessor de imprensa do escritório da Torre de Vigia na Inglaterra, requerendo direito de resposta, escreveu a seguinte carta ao The Guardian, cujo assunto era os artigos publicados pelo jornalista Stephen Bates.



Prezado Senhor,

Os artigos de Stephen Bates no The Guardian de 8 e 15 de outubro deturparam a razão do registro feito pelas Testemunhas de Jeová junto às Nações Unidas e contém alguns erros factuais.

Em 1991, uma de nossas corporações legais registrou-se junto às Nações Unidas como ONG (Organização Não-Governamental) com o único objetivo de ter acesso à vasta biblioteca das Nações Unidas. Este registro possibilita que um escritor que tenha recebido um cartão de identificação, possa entrar na biblioteca para pesquisar e obter informações que possam ser utilizadas em artigos sobre as Nações Unidas a serem escritos em nossas revistas. Não há nada de secreto nisso.

Na época da inscrição, não se exigiu nenhuma assinatura em qualquer formulário. Anos mais tarde, sem que o Corpo Governante das Testemunhas de Jeová fosse notificado, as Nações Unidas publicaram o “Critério Para a Associação” obrigando as ONGs a ela associadas a apoiarem os objetivos das Nações Unidas.

Ao tomarmos conhecimento da situação, solicitamos a nossa desassociação e o cartão de identificação do escritor foi devolvido.

Sinceramente,

Paul Gillies,

Assessor de imprensa das Testemunhas de Jeová na Inglaterra.





No mesmo dia, por e-mail, Stephen Bates emitiu a seguinte resposta:





Prezado Sr. Gillies:

Tão logo recebi sua carta, submeti-a para publicação duas semanas depois que meu primeiro artigo apareceu no The Guardian.

Ficaria muito grato se o Sr. me autorizasse circulá-la pelas milhares de Testemunhas de Jeová que têm me contatado desde que os artigos foram publicados porque, se não havia nada secreto com relação à sua associação com a Fera Escarlate, me surpreendeu que tantos dos seus seguidores nada saibam a respeito dela, considerando a frequente condenação da ONU feita pela WTBTS (STV) em suas publicações. Todos esses acontecimentos podem ser interpretados pelas Testemunhas como tendo um ar de traição e hipocrisia. Se não era segredo e a associação foi apenas para conseguir uma identificação para uso da biblioteca, por que o Sr. não me informou disso quando falei consigo vários dias antes da publicação do artigo? Certamente o Sr. teria conhecimento desse fato ou teria os meios para descobri-lo rapidamente, como pode fazer a maioria dos assessores de imprensa.

E por que a WTBTS decidiu se desligar apenas dois dias depois do aparecimento de meu artigo, quando a WTBTS “soube da situação” que, certamente, não era segredo? Qualquer organização que se afilia a outra deve, certamente, saber que tem que se sujeitar a certos princípios básicos, portanto, fingir que, de repente, se viram obrigados a aceitar os princípios que regem a Carta da ONU é, no mínimo, falta de sinceridade.

Ao ponto em que pude deduzir de sua carta, não há quaisquer erros factuais em minhas reportagens, pois o Sr, não me apontou nenhum que não tivesse tido a oportunidade de esclarecer quando conversamos. Não acredito que sua carta seja publicada. Mas o que sou eu – apenas uma peça insignificante em sua demonologia.

Cumprimentos,

Stephen Bates.



Como Bates previu, a carta da Torre de Vigia nunca foi publicada pelo jornal.

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