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Apenas 144 mil pessoas vão para o céu?

Pelos anos em que fui Testemunha de Jeová, o exame dessa questão era o que mais me dava certeza de que as Testemunhas de Jeová compunham a única religião verdadeira. Isto se dava porque eu fora levado a acreditar que a Bíblia é absolutamente clara em afirmar que a apenas 144 mil cristãos está reservada a vida celestial, ao passo que um número incontável de outros, uma “grande multidão”, viverão para sempre na Terra como sobreviventes do Armagedom. Como todas as demais religiões cristãs que conheço ensinam que todos os cristãos vão para o céu, isso era o suficiente para concluir que todas elas eram religiões falsas. Uma conclusão sem sustentação lógica, como tantas outras.

Foi em 1935 que Rutherford deu um novo sentido para a “grande multidão” do capítulo 7 de Apocalipse. Esse capítulo começa nos informando sobre o processo de seleção de 144 mil cristãos, ou “escravos do nosso Deus”, de todas as 12 tribos de Israel, 12 mil de cada tribo. Logo após, o versículo 9 acrescenta:

Depois disso eu vi uma grande multidão, que nenhum homem era capaz de contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de compridas vestes brancas, e havia folhas de palmeiras nas suas mãos.

Esse contraste entre 144 mil contados e “uma grande multidão, que nenhum homem era capaz de contar”, parecia ser a explicação mais lógica para Rutherford; para ele, isso era uma declaração explícita de que apenas 144 mil cristãos seriam aceitos no céu, ao passo que os demais, a “grande multidão”, viveriam na Terra. Depois disso, a religião adotou em definitivo seu conceito restauracionista, que já era uma bandeira há muito defendida por diversos grupos cristãos.

Posteriormente, para reforçar esse conceito, a religião buscou apoio em outras partes da Bíblia. Por exemplo, alguns meses antes de sua morte, quando Jesus fez o discurso sobre ser ele o “bom pastor”, ele considerou o povo de Israel como um figurativo rebanho de ovelhas e acrescentou:

E tenho outras ovelhas, que não são desse aprisco; a essas também tenho de trazer, e elas escutarão a minha voz e se tornarão um só rebanho, com um só pastor (João 10:16).

Esse discurso de Cristo talvez nos faça lembrar do capítulo 34 de Ezequiel, onde Jeová fala em tomar posição a favor de suas ovelhas, os israelitas fiéis, que eram maltratados e explorados pelos líderes infiéis daquela nação. O próprio Cristo um ano antes já havia feito referência ao povo de Israel como um rebanho de ovelhas. O que cito a seguir é parte de suas instruções que ele deu aos apóstolos, quando os enviou a uma viagem de pregação:

Jesus enviou esses 12, dando-lhes as seguintes instruções: “Não se desviem para a estrada das nações e não entrem em cidade samaritana; mas, em vez disso, vão somente às ovelhas perdidas da casa de Israel”. (Mateus 10: 5,6).

À base disso e à base da oportunidade que posteriormente se estendeu a pessoas de outras nações para também se tornarem seguidores de Cristo, pode ser evidente a alguns que Cristo, quando falou que tinha “outras ovelhas” e que estas também se chegariam a ele e se tornariam “um só rebanho, com um só pastor”, ele estava falando de pessoas de todas as nações, inclusive pessoas do nosso tempo, que se juntariam aos seus seguidores judeus e formariam “um só rebanho”, tendo a ele como “um só pastor” (veja a correlação entre os dois grupos na declaração de Mateus 10: 5,6).

Essa, porém, não é a explicação que o Corpo Governante dá para esse texto. Depois que se adotou o conceito de que Deus tem na Terra duas classes de cristãos, o próprio Cristo foi convocado como testemunha e suas palavras em João 10: 16 foram tomadas como uma confirmação de que “outras ovelhas” se refere ao mesmo grupo de pessoas de Apocalipse, a “grande multidão”.

Como foi dito no primeiro capítulo, apenas as Testemunhas de Jeová que tem esperança celestial é que tomam do pão e do vinho na celebração anual da páscoa. A respeito disso, é dito a todas as Testemunhas que devem fazer um exame rigoroso da sua situação e se verificarem que não sentiram o chamado de ir para o céu, então não devem tomar dos emblemas pascoais (pão e vinho), sob pena de estarem incorrendo no desfavor de Deus.

Alguns têm tomado os emblemas da Comemoração, embora mais tarde se dessem conta de que não deviam ter feito isso. Aqueles que legitimamente tomam os emblemas da Comemoração foram escolhidos por Deus e têm o testemunho do espírito de Deus neste sentido. (Romanos 8:15-17; 2 Coríntios 1:21, 22) Não é a decisão ou determinação pessoal deles que os torna dignos disso. Deus limitou o número dos que governarão com Cristo nos céus a 144.000, número relativamente pequeno em comparação com todos os beneficiados pelo resgate de Cristo. (Revelação [Apocalipse] 14:1, 3) A escolha começou nos dias de Jesus, de modo que hoje há apenas poucos participantes. E ao passo que a morte leva alguns, este número deve diminuir. 

Por que tomaria alguém erroneamente os emblemas? Talvez por causa de conceitos religiosos anteriores — de que todos os fiéis vão para o céu. Ou pode ser por motivo de ambição ou egoísmo — por achar que merece mais do que outros — e o desejo de ter destaque. Talvez seja devido a fortes emoções resultantes de problemas graves ou duma tragédia que faça a pessoa perder o interesse pela vida na Terra. Pode ser também por causa duma forte amizade com alguém que tem a chamada celestial. Todos nós precisamos lembrar-nos de que a decisão cabe exclusivamente a Deus, não a nós. (Romanos 9:16) Se alguém, “depois de escrutínio”, descobrir que realmente não devia ter tomado os emblemas, deve passar a refrear-se disso. — 1 Coríntios 11:28 (A Sentinela de 1º de abril de 1996, páginas 7,8).

A citação de 1 Coríntios 11:28 (final da citação anterior) soa para as Testemunhas como uma advertência, pois o seu contexto é bem mais específico sobre a gravidade de se tomar dos emblemas “indignamente”:

Portanto, quem comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpado com respeito ao corpo e ao sangue do Senhor. Primeiro, que o homem examine e aprove a si mesmo, e só então coma do pão e beba do cálice. Pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe julgamento contra si mesmo (1 Coríntios 11: 27-29).

Mas um exame de versículos anteriores (17-23) revela que o que Paulo tinha em mente era tomar dos emblemas quando em pecado, ou sem o devido respeito pela ocasião; como não havia por aquela época duas classes de cristãos, Paulo não poderia estar advertindo a alguns cristãos que procurassem no seu íntimo a certeza de que tinham um chamado celestial.

Mas o que é essa certeza de uma chamada celestial? A respeito disso, note o que Cristo disse a seus apóstolos na sua última páscoa com eles:

Na casa do meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, eu lhes teria dito, pois vou embora para preparar um lugar para vocês. Também, depois que eu for embora e lhes preparar um lugar, virei novamente e os levarei comigo, para que, onde eu estiver, vocês também estejam (João 14:2,3).

Em harmonia com isso, todo o Novo Testamento dá ênfase a essa esperança, a essa garantia de que os seguidores de Cristo têm como destino a corte celestial, onde estarão com Cristo assim como ele prometeu. Para muitos cristãos, essa é uma certeza que eles têm, é um alvo que tomaram para toda a vida, isto é, viver como cristão para que no fim possa herdar essa bela promessa. Porém, a liderança das Testemunhas de Jeová praticamente suprimiu essa esperança de sua literatura; toda ela praticamente dá ênfase a um paraíso na Terra, como sendo a única esperança disponível para a humanidade. Com isso, a pessoa que mostra um leve interesse nesse conceito, logo pode ser levada a acreditar que de fato o Novo Testamento, com sua esperança celestial ali tão evidente, não foi escrito para ela, que quase nada daquilo se aplica a ela, que ela tem que renunciar a qualquer esperança de vida celestial e alimentar apenas o desejo de viver na Terra, para sempre.

Com isso, há que se perguntar que validade tem o incentivo do Corpo Governante que se faça um exame de si, do coração, para que se tenha certeza de que é um dos que receberam um chamado para morar no céu. É verdade que as Testemunhas de Jeová de modo geral fazem esse exame e concluem que não receberam o chamado. Mas por que concluem assim? Não será porque foram levadas a renunciar tal esperança?

Para aqueles que desejam saber como se tem a certeza de que se recebeu o chamado, o Corpo Governante aponta-lhes o capítulo 8 de Romanos, que diz o seguinte no seu versículo 16:

O próprio espírito dá testemunho com o nosso espírito de que somos filhos de Deus.

Com essas palavras, o Corpo Governante passa para as Testemunhas que Deus de alguma forma interfere nos sentimentos e convicções do cristão e dar-lhes uma suprema certeza de que foi ungido com espírito santo, que foi escolhido para morar no céu. É isso que lemos em uma revista A Sentinela de 2002:

Como os ungidos sabem que receberam a chamada celestial? Receberam do espírito santo um testemunho inconfundível. O apóstolo Paulo escreveu a tais: “Todos os que são conduzidos pelo espírito de Deus, estes são filhos de Deus. . . . O próprio espírito dá testemunho com o nosso espírito de que somos filhos de Deus. Então, se somos filhos, somos também herdeiros: deveras, herdeiros de Deus, mas co-herdeiros de Cristo, desde que soframos juntamente, para que também sejamos glorificados juntamente.” (Romanos 8:14-17) Este testemunho do espírito é tão poderoso, que aqueles que tiverem a mínima dúvida quanto a se receberam a chamada celestial podem concluir razoavelmente que não a receberam, e por isso não devem tomar os emblemas na Comemoração (A Sentinela de 1º de fevereiro de 2002, página 20).

Com essas palavras, a liderança religiosa visa reforçar seu conceito de que há duas classes de cristãos. Mas será que Paulo de fato falava sobre duas classes de cristãos, uns privilegiados com a chamada celestial, tal quais “filhos de Deus”, e outros que embora aceitasse a Cristo tal qual seu salvador, mas que por alguma razão não foram considerados dignos de serem considerados “filhos de Deus”?

Uma leitura atenta dos versículos anteriores, porém, dá-nos um conceito surpreendente. Leiamos:

Portanto, não há nenhuma condenação para os que estão em união com Cristo Jesus. 2 Pois a lei do espírito que dá a vida em união com Cristo Jesus libertou você da lei do pecado e da morte. 3 O que a Lei era incapaz de fazer, visto que era fraca por causa da carne, Deus fez por enviar o seu próprio Filho na semelhança da carne pecaminosa para eliminar o pecado. E assim condenou o pecado na carne, 4 para que as justas exigências da Lei se cumprissem em nós, que não andamos de acordo com a carne, mas de acordo com o espírito. 5 Pois os que vivem de acordo com a carne fixam a mente nas coisas da carne; mas os que vivem de acordo com o espírito, nas coisas do espírito. 6 Pois fixar a mente na carne significa morte, mas fixar a mente no espírito significa vida e paz. 7 Porque fixar a mente na carne significa inimizade com Deus, visto que a carne não está em sujeição à lei de Deus; de fato, nem pode estar. 8 De modo que os que vivem em harmonia com a carne não podem agradar a Deus. No entanto, vocês não vivem em harmonia com a carne, mas com o espírito, se o espírito de Deus realmente mora em vocês. Mas, se alguém não tem o espírito de Cristo, essa pessoa não pertence a ele. 10 Se, porém, Cristo está em união com vocês, o corpo está morto por causa do pecado, mas o espírito é vida por causa da justiça. 11 Portanto, se o espírito daquele que levantou a Jesus dentre os mortos mora em vocês, aquele que levantou a Cristo Jesus dentre os mortos também dará vida aos seus corpos mortais por meio do espírito dele, que mora em vocês. 12 Assim, irmãos, estamos sob obrigação, mas não para com a carne, ou seja, para viver de acordo com a carne; 13 pois, se vocês viverem de acordo com a carne, certamente morrerão; mas, se pelo espírito entregarem à morte as práticas do corpo, vocês viverão. 14 Porque todos os que são guiados pelo espírito de Deus são realmente filhos de Deus. 15 Pois vocês não receberam um espírito de escravidão, que causasse novamente temor, mas receberam um espírito de adoção como filhos, e é por meio desse espírito que clamamos: “Aba, Pai!” 16 O próprio espírito dá testemunho com o nosso espírito de que somos filhos de Deus. 17 Então, se somos filhos, somos também herdeiros — herdeiros de Deus, mas co-herdeiros com Cristo —, desde que soframos com ele, para que também sejamos glorificados com ele (Romanos 8:1-17).

Paulo realmente fala de duas classes de pessoas, mas não deixa evidente que se trata de uma classe de cristãos privilegiados com a chamada celestial, em contraste com outra classe, com esperança de viver na Terra; antes, suas palavras são bem explícitas de que as duas classes de pessoas são referentes àqueles que se deixam guiar pelo espírito e aqueles que se deixam guiar pelos desejos da carne. E o versículo 14 é bem enfático:

Porque todos os que são guiados pelo espírito de Deus são realmente filhos de Deus.

Foram a esses cristãos que se deixavam guiar pelo espírito de Deus, que resistiam aos desejos da carne, sim, foram a eles que Paulo disse logo em seguida:

Pois vocês não receberam um espírito de escravidão, que causasse novamente temor, mas receberam um espírito de adoção como filhos, e é por meio desse espírito que clamamos: “Aba, Pai!”

O Corpo Governante, porém, não concorda que o conceito de adoção seja aplicado a todo aquele que aceita a Cristo como seu salvador, que deseja tê-lo como Pai. Antes, estes têm que se conformar com uma esperança de um dia serem adotados como filho, somente isso, e não importam o quanto desejem isso, não importa o quanto resistam aos desejos carnais, não importam o quanto se esforcem em viver de acordo com os princípios cristãos.

Diante dos fatores considerados até aqui, verificamos que os textos de João 10: 16 e de Romanos 8: 16 não dão ao Corpo Governante o suporte desejado, não se pode atribuir a esses versículos nenhum sentido que apoie o conceito de que há duas classes de cristãos. Mas será que o capítulo 7 de Apocalipse é absolutamente claro em afirmar que a “grande multidão” é um grupo distinto dos 144 mil, que ela é um grupo de pessoas que viverá na terra ao passo que 144 mil cristãos selecionados viverão no céu?

Considerado de maneira geral, os leitores da Bíblia entendem que a “grande multidão” mencionada pelo apóstolo João está no céu. Eles chegam a essa conclusão com base na própria leitura deste capítulo, quando, em sua leitura, atentam-se para as expressões “diante do trono” e “diante do Cordeiro” (versículos 9 e 15 ), bem como também “no seu templo” (versículo 15).

Veja esses destaques na citação abaixo:

Depois disso eu vi uma grande multidão, que nenhum homem era capaz de contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de compridas vestes brancas, e havia folhas de palmeiras nas suas mãos. [...] É por isso que estão diante do trono de Deus, e lhe prestam serviço sagrado dia e noite no seu templo; Aquele que está sentado no trono estenderá a sua tenda sobre eles (Apocalipse 7:9, 15).

Como foi dito no capítulo dois deste livro, até 1935 a liderança das Testemunhas de Jeová também acreditava que a “grande multidão” era uma classe celestial, embora compusesse uma classe rebaixada de cristãos. Veja essa confissão abaixo:

No passado, até mesmo os Estudantes da Bíblia a consideravam como uma classe celestial secundária, conforme se nota no Volume I de Estudos das Escrituras, O Plano Divino das Eras, de 1886, em inglês: “Eles perdem o prêmio do trono e da natureza divina, mas finalmente obterão o nascimento como seres espirituais duma ordem inferior à natureza divina. Embora sejam verdadeiramente consagrados, são vencidos pelo espírito mundano a tal ponto, que deixam de entregar sua vida em sacrifício.” E tão recentemente como em 1930, essa ideia foi expressa em Luz, Livro Um, em inglês: “Aqueles que constituem esta grande multidão deixam de aceitar o convite de se tornarem testemunhas zelosas do Senhor.” Foram descritos como grupo justo aos seus próprios olhos, que tinha certo conhecimento da verdade, mas fazia pouco quanto a pregá-la. Iriam para o céu como classe secundária, que não participaria em reinar com Cristo (Revelação – Seu Grandioso Clímax Está Próximo, página 120).

Porém, depois que Rutherford afirmou que a “grande multidão” era uma classe terrestre, a ser composta pelos sobreviventes do Armagedom, era preciso provar que o capítulo 7 de Apocalipse não diz exatamente o que parece dizer.

A respeito da palavra grega para “diante”, veja que justificativa apresenta o Corpo Governante para provar que “diante do trono” não quer dizer exatamente “diante do trono” (os colchetes são dos autores):

Como sabemos que estar “em pé diante do trono” não significa que a grande multidão está no céu? Sobre este ponto há bastante evidência clara. Por exemplo, a palavra grega traduzida aqui por “diante” (e·nó·pi·on) significa literalmente “à vista [do]” e é usada diversas vezes com respeito a humanos na Terra, que estão “diante” ou “à vista” de Jeová. (1 Timóteo 5:21; 2 Timóteo 2:14; Romanos 14:22; Gálatas 1:20) (Revelação – Seu Grandioso Clímax Está Próximo, página 123).

Mas estranhamente, o Corpo Governante deixa de dizer que essa preposição (e·nó·pi·on) também ocorre “diversas vezes” no próprio livro de Apocalipse e que em todas elas relaciona-se com coisas ou pessoas no ambiente celestial.

Veja todas as ocorrências nas citações abaixo:

João, às sete congregações que estão na província da Ásia: Que vocês tenham bondade imerecida e paz da parte “Daquele que é, que era e que vem”, da parte dos sete espíritos que estão diante (e·nó·pi·on) do seu trono (Apocalipse 1:4) 

Do trono vinham relâmpagos, vozes e trovões. Havia sete lâmpadas de fogo acesas diante (e·nó·pi·on) do trono — elas representam os sete espíritos de Deus. Diante (e·nó·pi·on) do trono havia algo semelhante a um mar vítreo, como cristal [...] Os 24 anciãos se prostram diante (e·nó·pi·on) Daquele que está sentado no trono, adoram Aquele que vive para todo o sempre e lançam suas coroas diante (e·nó·pi·on) do trono, dizendo (Apocalipse 4: 5,6, 10) 

Depois disso eu vi uma grande multidão, que nenhum homem era capaz de contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante (e·nó·pi·on) do trono e diante (e·nó·pi·on) do Cordeiro, vestidos de compridas vestes brancas, e havia folhas de palmeiras nas suas mãos. [...] Todos os anjos estavam em pé ao redor do trono, dos anciãos e das quatro criaturas viventes; e eles se prostraram com o rosto no chão diante (e·nó·pi·on) do trono e adoraram a Deus [...] É por isso que estão diante (e·nó·pi·on) do trono de Deus, e lhe prestam serviço sagrado dia e noite no seu templo; Aquele que está sentado no trono estenderá a sua tenda sobre eles. (Apocalipse 7: 9, 11, 15)

Chegou outro anjo, segurando um incensário de ouro, e ele parou junto ao altar. Foi-lhe dada uma grande quantidade de incenso para oferecer, junto com as orações de todos os santos, sobre o altar de ouro que estava diante (e·nó·pi·on) do trono. (Apocalipse 8: 3)

O sexto anjo tocou a sua trombeta. E ouvi uma voz que vinha do meio dos chifres do altar de ouro que está diante (e·nó·pi·on) de Deus (Apocalipse 9: 13)

Os 24 anciãos que estavam sentados nos seus tronos diante (e·nó·pi·on) de Deus se prostraram com o rosto no chão e adoraram a Deus (Apocalipse 11: 16).

Estavam cantando o que parecia ser um novo cântico, diante (e·nó·pi·on) do trono e diante (e·nó·pi·on) das quatro criaturas viventes e dos anciãos. Ninguém podia aprender esse cântico, exceto os 144.000 que foram comprados da terra (Apocalipse 14: 3).

A respeito de Apocalipse 4: 10, onde lemos que “os 24 anciãos se prostram diante (e·nó·pi·on) Daquele que está sentado no trono”, cabe a pergunta: onde que João vê “os 24 anciãos”? Considere a resposta do Corpo Governante:

João sabia que foram designados sacerdotes para servir no antigo tabernáculo. Portanto, o que ele descreve a seguir pode tê-lo deixado surpreso: “E ao redor do trono há vinte e quatro tronos, e nestes tronos vi sentados vinte e quatro anciãos, trajados de roupas exteriores brancas, e nas suas cabeças coroas de ouro.” (Revelação 4:4) Sim, em vez de sacerdotes há 24 anciãos, entronizados e coroados como reis. Quem são esses anciãos? São os próprios ungidos da congregação cristã, já ressuscitados e ocupando a posição celestial que Jeová lhes prometera. Como sabemos isso? Em primeiro lugar, eles usam coroas. A Bíblia fala dos cristãos ungidos como recebendo ‘uma coroa incorruptível’ e como obtendo vida infindável — imortalidade. (1 Coríntios 9:25; 15:53, 54) Mas, visto que esses 24 anciãos estão sentados em tronos, as coroas de ouro, neste contexto, representam autoridade régia. (Compare isso com Revelação 6:2; 14:14.) Isto dá apoio à conclusão de que os 24 anciãos retratam os seguidores ungidos dos passos de Jesus, na posição celestial deles, porque Jesus fez com eles um pacto, para se sentarem em tronos no Reino dele. (Lucas 22:28-30) Somente Jesus e esses 24 anciãos — nem mesmo os anjos — são descritos como governando no céu na presença de Jeová (Revelação – Seu Grandioso Clímax Está Próximo, páginas 77,78)

O mesmo se dá com todas as demais ocorrências de e·nó·pi·on no livro de Apocalipse. Todas elas estão relacionadas com coisas ou pessoas no ambiente celestial. Então por que em Apocalipse 7:9 haveria de ser uma exceção? Diante disso, e em virtude de o Corpo Governante nem sequer explicar que isso era uma exceção, fica evidente que “diante do trono” não pode ser tomado como uma afirmação inequívoca de que a “grande multidão” está na terra, embora, como diz o Corpo Governante, estar “diante do trono” possa também significar estar na terra, mas à vista de Deus, ou diante Dele.

Que dizer de Apocalipse 7: 15, onde lemos que é “no seu templo”, ou no templo de Deus, que a “grande multidão” presta serviço sagrado a Deus?

A respeito de onde a “grande multidão” serve a Deus, se no céu ou na Terra, é digno de nota que o Corpo Governante viu-se obrigado a dar uma resposta às pressas, lá no início dos anos 80, em razão de que alguns integrantes da sede internacional estavam a discutir entre si se era realmente bíblica a afirmação de que a “grande multidão” era uma classe de pessoas que viveria na Terra. Da discussão entre alguns membros da sede, resultou que cerca de uma dezena foi excomungada por apostasia e expulsa do que era até então o seu lar. Seria isso mais uma vez em que a autoridade religiosa se fazia prevalecer pela força em vez de pela razão? Vejamos:

Em resposta ao que a liderança religiosa considerava heresia, foi pulicado o artigo “Onde a ‘grande multidão’ presta serviço sagrado?”, que saiu na revista A Sentinela de 15 de fevereiro de 1981, páginas 14-20. O artigo procurou destacar que João ver a “grande multidão” prestando serviço sagrado a Deus “no seu templo” não significa que a grande multidão tenha que estar no céu. Explica que a palavra grega traduzida por templo é naós e pode se referir não apenas ao santuário do Templo, que prefigura o céu, mas também a toda a área mais externa dele, incluindo seus diversos pátios, inclusive um mais externo, localizado ao sul e que era o local mais próximo do Templo a que um estrangeiro podia ter acesso.

É importante destacar que, ao passo que a palavra naós, traduzida por “templo”, é associada ao Templo em si, com seus compartimentos Santo e Santíssimo, outra palavra grega, hierón, igualmente traduzida por “templo”, é tida como de sentido mais abrangente, envolvendo também os seus diversos pátios.

Bem antes disso, pelas décadas anteriores, a liderança religiosa afirmava que João via a “grande multidão” não exatamente no templo naós, mas no templo hierón, exatamente no pátio reservado para os estrangeiros (ou gentios, como traduzem algumas Bíblias). Isso é assim porque a liderança religiosa considera que o santuário representa o céu e somente os 144 mil podiam ser visto por lá. Como a “grande multidão” está na Terra, então ela não poderia ser vista no santuário naós, mas apenas nos seus pátios e necessariamente no pátio mais distante, mas externo, reservado aos gentios.

Esta bela visão apresenta a “grande multidão” internacional como servindo a Jeová no seu templo, quer dizer, nos pátios terrestres reservados aos que não são israelitas espirituais, como se estivessem no “pátio dos gentios”. (A Sentinela de 1º de julho de 1973, página 402).

Ao que parece, durante todo esse tempo essa afirmação foi feita apenas à base de dedução, para se adequar à conclusão adotada por Rutherford em 1935; mas em razão dos questionamentos na sede, mostrou-se necessário provar biblicamente. Essa foi a razão de se elaborar o artigo citado inicialmente, que apareceu na revista A Sentinela de 15 de fevereiro de 1981.

Com o fim de provar que a palavra naós podia também se referir a toda a extensão do Templo, e não apenas ao seu santuário, a revista mostrou quatro “exemplos” desse uso nos evangelhos. Surpreendentemente, aqueles que foram investigar o uso dessa palavra em uma tradução literal grego-inglês, produzida pelo próprio Corpo Governante, puderam verificar que em dois dos “exemplos” a palavra usada era hierón. Comunicado a respeito do “equívoco”, o Corpo Governante teve tempo de corrigir o erro pelo menos em algumas edições estrangeiras da revista (que por aquela época era traduzida com alguns meses de atraso), embora tenha preferido omitir apenas um “exemplo”.

Dentre os “exemplos” citados, em dois deles realmente a palavra naós parece ser usada com referência a uma extensão do Templo, que não ao seu santuário, dividido em duas partes principais: Santo e Santíssimo.

1) Mateus 27:5

De modo que ele [Judas Iscariotes] lançou as moedas de prata dentro do templo (naós) e saiu. Então foi se enforcar (Mateus 27:5)..

Como Judas não era sacerdote, logicamente era inadmissível que ele entrasse no templo (naós) para ali atirar as moedas aos sacerdotes, os únicos que tinham permissão de entrar naquele espaço sagrado. Com base nisso, o Corpo Governante entende que Mateus estava usando a palavra naós para descrever uma área externa do Templo, talvez o pátio externo, reservado aos gentios.

Essa explicação, porém, carece de base. Das próprias palavras de Mateus não é possível deduzir que Judas entrou no próprio edifício do Templo para atirar as moedas. De um local (hierón) próximo, que lhe permitisse ficar defronte para a entrada do Templo, ele poderia lançar as moedas “dentro do templo”.

2) João 2:19, 20.

Jesus lhes respondeu: “Derrubem este templo [naós], e em três dias eu o levantarei.” Então os judeus disseram: “Este templo [naós] foi construído em 46 anos, e você o levantará em três dias?”

De imediato é possível notar que Jesus e os judeus “não estão falando a mesma língua”. Ao passo que Jesus ordena a que os judeus “derrubem este templo”, evidentemente fazendo uma referência ao templo (naós) que era o corpo dele, os judeus usam naós em referência ao templo físico, inclusive fornecendo a informação de que ele foi construído em 46 anos. O Corpo Governante obviamente poderia considerar as palavras dos judeus como equivocadas, precipitadas, uma vez que apenas as repetiram sem entender exatamente o que Jesus quis dizer. Mas isso não servia aos interesses da autoridade religiosa.

Sabe-se que aquele Templo (naós), com o seu Santo e Santíssimo, foi reconstruído por Herodes em menos de dois anos. Então como os judeus puderam dizer que ele foi construído em 46 anos? A literatura da Torre de Vigia dá a seguinte explicação:

2:20 — Que templo “foi construído em quarenta e seis anos”? Os judeus se referiam à reconstrução do templo de Zorobabel pelo Rei Herodes, da Judéia. Segundo o historiador Josefo, essa obra começou no 18.° ano do reinado de Herodes, ou 18/17 AEC. O santuário do templo e outros edifícios principais foram construídos em oito anos. No entanto, a obra no complexo do templo prolongou-se até depois da Páscoa de 30 EC, quando os judeus disseram que havia levado 46 anos para reconstruí-lo (A sentinela de 15 de abril de 2008, página 30).

Como os judeus, usando a palavra naós, disseram que o templo foi construindo em 46 anos, embora o Corpo Governante disponha de informações que dão conta de que o templo (naós) foi reconstruído em bem menos tempo, parece apenas lógico à autoridade religiosa que os judeus usaram a palavra naós num sentido mais amplo, aplicando-a a toda a extensão do templo, com seus pátios e obras adjacentes, que de fato levaram bem mais tempo para ficarem prontas.

No entanto, essa conclusão não é assim tão óbvia.

Evidentemente, a estrutura básica do santuário [naós] estava terminada e em condições de uso depois de apenas um ano e meio de construção, mas os escritos de Josefo [historiador romano] indicam também que esta estrutura permaneceu inacabada até o próprio momento da destruição pelos exércitos romanos em 70 d.C (Onde a “Grande Multidão” Serve a Deus?, de Jon Mitchell, página 20).

Ao que parece, tudo tinha a ver com a altura do Templo, cujo objetivo dos reconstrutores era atingir a altura que se supunha ter o templo original: 120 côvados (pouco mais de 50 metros). Ele fora construído com apenas 60 côvados, chegando a 100 côvados por algum tempo antes de ser destruído em 70 EC. Levando isso em conta, por que será que o Corpo Governante apressou-se em dizer que os judeus usaram a palavra naós para referir-se a algo diverso, se havia a possibilidade de a estarem usando com seu sentido próprio, que era referente ao Templo, com seus compartimentos Santo e Santíssimo? Considerando isso, embora não se possa descartar a possibilidade de a palavra naós ser realmente aplicável a uma extensão maior do Templo, a argumentação do Corpo Governante fica bastante fragilizada.

Por todos os fatores aqui examinados, verificamos que estar “diante do trono” e “no seu templo” significa exatamente o que parece ao leitor, isto é, que a “grande multidão” está no céu.

Para a palavra “templo”, conforme usada em Apocalipse 7: 15, a Tradução do Novo Mundo, em sua versão de 1986, trazia a seguinte nota:

Ou “habitação (morada) divina”. Gr.: na·oí, dativo, sing.; lat.: tém·plo; J17,18,22(hebr.): beheh·kha·lóh, “no seu palácio (templo)”.

Com isso, apesar de todo o esforço em argumentar em defesa de que a “grande multidão” está na Terra, a expressão “habitação (morada) divina” continuava sendo uma constrangedora confissão sobre onde de fato está a “grande multidão”. Para a surpresa de muitos, essa nota foi eliminada na versão revisada de 2015.

A argumentação básica usada por muitas Testemunhas de Jeová para convencerem a si mesmas de que “144 mil” é um número literal de pessoas que vão para o céu é o contraste que se faz entre esse número e a “grande multidão, que nenhum homem era capaz de contar”. Mas será que “144 mil” é mesmo um número literal? A respeito dessa pergunta, é preciso lembrar que o início do capítulo 7 de Apocalipse nos conta que eles são tirados das 12 tribos de Israel, 12 mil de cada tribo. O próprio Corpo Governante admite que não se trata de pessoas do Israel literal, uma vez que aquela nação rejeitou o Messias e Deus acabou por abrir a oportunidade para que pessoas de outras nações viessem a compor o “Israel de Deus” (Gálatas 6:16). De forma sucinta, ele dá a seguinte explicação:

Não pode isso referir-se ao Israel literal, carnal? Não, porque Revelação 7:4-8 diverge da costumeira listagem tribal. (Números 1:17, 47) É óbvio que a listagem aqui não se destina a identificar os judeus carnais pelas suas tribos, mas a mostrar a estrutura organizacional similar do Israel espiritual (Revelação – Seu Grandioso Clímax Está próximo, página 117).

...O que significa dizer que, nesta parte inicial do capítulo, os 12 mil de cada tribo são simbólicos. Admitindo-se isso, é preciso que se explique como a soma de números simbólicos resulta em um número literal. Mas a autoridade religiosa não fornece nenhuma explicação. E é o reconhecimento de que falta uma explicação razoável que induz a autoridade religiosa a dizer as seguintes palavras, conforme citadas acima:

É óbvio que a listagem aqui não se destina a identificar os judeus carnais pelas suas tribos, mas a mostrar a estrutura organizacional similar do Israel espiritual.

Sendo assim, se essa é a justificativa para que os 12 mil de cada tribo sejam simbólicos, por que tem que ser literal a sua soma? O que impede que esse conceito de “estrutura organizacional” não possa igualmente ser aplicado ao número final de 144 mil?

Diante dessa questão, o que mais importa é saber se existem outros apoios ao conceito de que 144 mil é o número máximo de pessoas que vão para o céu. Como vimos no exame de Apocalipse 7: 9,15, a “grande multidão, que nenhum homem era capaz de contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas” está “em pé diante do trono e diante do Cordeiro” e presta “serviço sagrado” “no seu templo (naós)”, ou seja, no céu, na presença de Deus. O Corpo Governante pode até dizer que ela está na Terra, como de fato tem dito, mas não apresenta nenhuma prova convincente. Do exame que fizemos de João 10: 16, não ficou provado que Cristo estava falando exatamente de “outras ovelhas” de cristãos em relação a um grupo menor, selecionado, de 144 mil cristãos destinados a viver no céu. A possibilidade de ele ter-se referido a estrangeiros que posteriormente viriam a se juntar aos judeus numa família internacional de cristãos é real e o Corpo Governante nunca apresentou provas que a descartasse. O capítulo 8 de Romanos não contrasta cristãos ungidos com cristãos não ungidos, não selecionados; contrasta cristãos que se deixam guiar pelo espírito com “cristãos” que se deixam guiar pelos desejos da carne. Portanto, quando Paulo diz no versículo 14 que “todos os que são conduzidos pelo espírito de Deus, estes são filhos de Deus”, ele está dizendo de fato que todos os cristãos que se deixam guiar pelo espírito são de fato filhos de Deus – e a todos aqueles “filhos de Deus” que leram as palavras de Paulo se aplicavam muito bem as palavras de Cristo dirigidas aos apóstolos:

Na casa do meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, eu lhes teria dito, pois vou embora para preparar um lugar para vocês. Também, depois que eu for embora e lhes preparar um lugar, virei novamente e os levarei comigo, para que, onde eu estiver, vocês também estejam (João 14:2,3).

Como vimos em nosso estudo, não há nada no Novo Testamento que indique claramente que o número de pessoas destinadas a ir para o céu está limitado a 144 mil pessoas. Apesar disso, quem tem lido a literatura preparada pelo Corpo Governante, especialmente aquela destinada à formação de novos membros, certamente se deparou com muitas gravuras de paisagens paradisíacas, com pessoas cegas voltando a enxergar, pessoas surdas voltando a ouvir, imagens de cemitérios com pessoas saindo de seus túmulos, mesas fartas, rostos sadios e sorrisos ofuscantes. Tal propaganda baseia-se no conceito de que, se Deus criou os humanos na Terra, é porque a Terra é o lar eterno da humanidade. Para reafirmar biblicamente esse conceito, cita-se diversos versículos tais como os Salmos 37:9-11, 29; 72: 16; Isaias 33: 24; 35: 5,6; 65:21-23; Mateus 5: 5; João 5: 28,29; 2 Pedro 3: 13; Apocalipse 21: 4, etc.

Pode ser que, conforme explica o Corpo Governante, seja do propósito de Deus que um dia a Terra seja habitada com pessoas perfeitas assim como era o jardim do Éden. O que não é admissível é essa autoridade religiosa desvirtuar todo o Novo Testamento de modo a fazer que ele diga algo que realmente não diz e, à base disso, julgar como apóstata quem quer que se recuse a acreditar em tamanha distorção. Como advertência àqueles que estariam propensos a desvirtuar um único livro, o apóstolo João escreveu:

Declaro a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste rolo: se alguém fizer um acréscimo a essas coisas, Deus lhe acrescentará as pragas que estão escritas neste rolo; e, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do rolo desta profecia, Deus tirará sua parte das árvores da vida e da cidade santa, que estão descritas neste rolo (Apocalipse 22: 18,19).

Ironicamente, a própria autoridade religiosa, intitulando-se a “classe de João”, tomou a peito as palavras acima, quando deu a seguinte explicação:

Os da classe de João precisam chamar atenção para a “profecia” de Revelação. Não devem ocultá-la, nem acrescentar algo a ela. A mensagem dela precisa ser pregada abertamente, “dos altos das casas”. (Mateus 10:27) Revelação [ou Apocalipse] é inspirada por Deus. Quem se atreveria a mudar uma palavra daquilo que o próprio Deus falou e transmitiu por meio daquele que agora é o Rei reinante, Jesus Cristo? Tal pessoa certamente mereceria sair perdendo na busca da vida e sofrer as pragas que terão de vir sobre Babilônia, a Grande, e sobre o mundo inteiro (Revelação – Seu Grandioso Clímax Está Próximo, páginas 318,319).

Para informações mais detalhadas sobre essa questão, veja os livros Crise de Consciência, de Raymond Franz, páginas 308, 309, 315, 359, 365; Em Busca da Liberdade Cristã, de Raymond Franz, páginas 558-565, bem como o folheto Onde a “Grande Multidão” Serve a Deus?, de Jon Mitchell.

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