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Juramento de lealdade

Os batismos realizados pelos primitivos cristãos era algo simples; alguém passava a crer no que proclamavam os seguidores de Cristo e então era batizado por imersão. Nos tempos atuais, quem se achega às Testemunhas de Jeová, descobre algo muito falado entre elas como “dedicação”. Sabemos que o batismo é de fato um compromisso de lealdade a Deus, uma declaração pública de que se tomou a decisão de servir a Deus pelo resto da vida. O Corpo Governante, em adição a isso, criou um ritual de dedicação, que, em si, muito se assemelha a um juramento de lealdade, tal qual fazem alguns países na questão de juramento de lealdade à pátria, em geral numa cerimônia em que envolve um gesto de respeito à bandeira nacional. 

Esse ritual de dedicação começa meia hora antes do batismo propriamente dito, quando os batizandos (esse é o nome que se dá) são acomodados próximos a um palco para ouvir um discurso de dedicação. Na plateia, todos os parentes, amigos e pessoas desconhecidas – centenas ou milhares – logo servirão de testemunhas do juramento que os batizandos estão prestes a fazer. Finalizado o discurso, o orador solicita aos batizandos que se ponham de pé para responder a duas perguntas, as quais são: 

"À base do sacrifício de Jesus Cristo, arrependeu-se dos seus pecados e dedicou-se a Jeová para fazer a vontade dele? Compreende que a sua dedicação e o seu batismo o identificam como uma das Testemunhas de Jeová, em associação com a organização de Deus, dirigida pelo espírito dele?(A Sentinela de 1º de junho de 1985, página 31).

A resposta esperada é um audível sim, mas é lógico que, se o batizando ali está, é que já tomou a decisão esperada. Como a Bíblia nem sequer exige testemunhas para um batismo, todo o ritual até aí trata-se de apenas uma formulação de provas de que aquela pessoa decidiu ser Testemunha de Jeová, de fato até reconhecendo, por palavras e ações, que está assumindo um compromisso de lealdade a Deus, o qual só está habilitado a cumprir enquanto associado com as Testemunhas de Jeová. Faltar com esse compromisso tem um preço, o qual é a seguir estipulado: 

"Se o cumprimento de sua palavra com outros homens é importante, quanto mais é cumprir a sua palavra para com Deus! Se se tiver voltado para ele em verdadeiro arrependimento, talvez sendo batizado, e assim tiver pedido que lhe permita ser servo dele, não falte à sua palavra. Isto lhe custaria a sua esperança de vida eterna (A Sentinela de 15 de maio de 1972, página 318).

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"Alguns deixaram de cumprir seus votos de dedicação a Jeová. Depois de termos tomado a decisão de dedicar nossa vida a fazer a vontade de Jeová, não há retrocesso. Jeová espera corretamente que ‘paguemos os nossos votos’. (Ecl. 5:4-6) Os que voluntária e deliberadamente traírem seu compromisso com Jeová merecem a morte (A Sentinela de 1º de setembro de 1972, página 529).

Por ‘faltar com a palavra’ e ‘deixar de cumprir votos de dedicação’ aqui é tido como sendo algo que pode ‘custar a esperança de vida eterna’ e que quem faz isso ‘merece a morte’. Não sejamos inocentes. Embora alguém possa entender que o texto fala exatamente a verdade, que todo aquele que não honrar seu compromisso com Deus merece a morte, o que uma Testemunha de Jeová entende disso é que toda aquele que deixar essa religião terá como consequência a morte às mãos de Deus – a menos que volte enquanto é tempo. 

Que de fato nisso tudo está envolvido um juramento de lealdade, depreende-se da definição de voto dada pelo Corpo Governante. 

"[Voto] Promessa solene feita a Deus de realizar algum ato, fazer alguma oferta ou dádiva, ingressar em algum serviço ou condição, ou abster-se de certas coisas que em si não são ilícitas. Um voto era uma promessa solene, feita de livre e espontânea vontade. Sendo uma promessa solene, o voto tinha a força dum juramento, e, às vezes, as duas expressões ocorrem juntas na Bíblia. (Núm 30:2; Mt 5:33) (Estudo Perspicaz das Escrituras, volume 3, página 801).

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