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Datas marcadas para o fim do mundo

A respeito daquele dia e daquela hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas somente o Pai – Mateus 24:36.

Quando Jesus Cristo esteve na terra, ele disse a seus discípulos que subiria ao céu e depois voltaria. A segunda vinda de Cristo é um dos acontecimentos mais aguardado pela comunidade cristã. Relacionada a essa vinda, muitos atribuem como consequência o fim do mundo. Naturalmente, há muitas explicações sobre o que significa realmente o fim do mundo e alguns preferem nem sequer usar essa expressão, pois argumentam que o mundo em si não acabará, que apenas passará por mudanças, tal qual acontece quando uma cidade, um estado, ou um país, muda de administração. Para muitos, a segunda vinda de Cristo visa recompensar os fiéis e condenar os pecadores. Esse entendimento, em parte, é baseado no capítulo 25 de Mateus, no relato que conhecemos como a parábola das ovelhas e dos cabritos. Esse entendimento, ao que parece, é o que mais gera turbulência emocional, uma comoção religiosa, algo que tem levado muitos a empenhar-se em dar o último grito de alerta, supostamente com o objetivo que seja salvo um maior número de pessoas. Embora Cristo tenha alertado que nem ele, nem os anjos, mas unicamente o Pai sabia quando se daria a sua segunda vinda, isso não impediu a muitos de marcar uma data para esse evento, ou ao menos fazer uma estimativa de quando isso se daria.  

Para as Testemunhas de Jeová, a vinda de Cristo significa o início do reinado milenar de Cristo, conforme descrito no capitulo 20 de Apocalipse. Será um evento marcado pela intervenção de Cristo no mundo como o conhecemos, e terá como episódio a guerra do Armagedom, em que serão mortos às mãos de Cristo todos os habitantes da terra que até essa ocasião se tenha recusado a tornar-se Testemunha de Jeová. Então, como únicos sobreviventes, as Testemunhas de Jeová passariam a viver na terra, transformando-a gradativamente num paraíso tal qual era o jardim do Éden. O Corpo Governante, porém, condiciona essa recompensa ao empenho delas em divulgar, a tantos quanto puderem, essa esperança paradisíaca. 

Naturalmente, esse entendimento bíblico não se originou na mente da Testemunha que visita a casa do leitor. Essa Testemunha foi convencida de que é exatamente assim, e quem a convenceu bem provavelmente foi convencido por alguém. Como vimos no primeiro capítulo, a autoridade central da religião reservou para si o direito de interpretar cada versículo da Bíblia; e foi essa liderança internacional que desde os seus primórdios, lá no século XIX, deu iniciou a um trágico processo de marcação de datas para o fim do mundo, ou, como as Testemunhas são orientadas a explicar, para a vinda de Cristo com o objetivo de abençoar as pessoas fiéis. Dentre essas datas, três delas são bem conhecidas por ex-integrantes da religião que investigaram seriamente o assunto. São elas: 1914, 1925 e 1975. As duas últimas datas raramente aparecem na literatura da Sociedade Torre de Vigia, de modo que poucas Testemunhas leais sabem dessas datas fracassadas; a primeira é bem conhecida, mas apenas porque a liderança, logo depois do fracasso profético, deu a ela um outro sentido, a saber: passou a dizer que em 1914 Cristo de fato voltou, mas ficou governando de modo invisível. Essa ainda hoje é a explicação que se dá para o ano de 1914. 

Então, vejamos como tudo começou. 

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