Quando Charles Taze Russell surgiu no cenário religioso, por volta da década de 1870, ele se deparou com um ambiente em que era constante o debate acerca da segunda vinda de Cristo. Em parte, isso era em resultado de que muitos haviam se decepcionado por terem sidos levados a crer que Cristo voltaria em 1844 – uma data que havia sido amplamente difundida pelo grupo de Guilherme Miller, um ministro batista. Tendo iniciado sua busca por luz espiritual ainda na adolescência, Russell entrou em contato com literatura religiosa de diversos autores; entre esses estava Nelson H. Barbour, um autor que fizera parte do grupo de Guilherme Miller.
Com o fim do grupo de Miller, em resultado da decepção com relação a 1844, diversos membros do grupo – Barbour dentre eles – decidiram estudar a Bíblia em grupos menores e desenvolveram suas próprias interpretações das Escrituras. No que diz respeito ao grupo de Barbour, o problema que mais parecia afetá-los era a questão da volta de Cristo; assim, eles refizeram os cálculos e descobriram que Cristo, que não voltou em 1844, voltaria de fato 30 anos depois – em 1874. Quando 1874 chegou e passou sem que Cristo se fizesse presente – de modo visível – restou ao grupo entristecido voltar às contas e verificar que erro cometeram. Barbour e seus associados não encontraram erro algum nas contas; assim, enquanto nessa situação, foi trazida à atenção deles que certa tradução do Novo Testamento, ao verter os textos que falava da vinda de Cristo, usara a palavra “presença” em vez de “vinda”. Era exatamente isso que faltava para o grupo de Barbour voltar a firmar-se em torno da data de 1874. Concluíram que, como eles haviam predito, Cristo de fato voltou em 1874, apenas não de modo visível como eles esperavam, mas de modo invisível, passando a estar presente desde então (Crise de Consciência, página 186).
Ao que parece, foi logo depois disso que Russell adotou, não só esse, mas também um segundo conceito de Barbour, a saber, que Cristo assumiria a administração do mundo ao fim de um período de 2520 anos. Este período de tempo deveria terminar em 1914, se contado a partir da data da destruição de Jerusalém pelo império da Babilônia (que Barbour acreditava ser 606 AEC).
Em confirmação deste assunto, leiamos uma declaração da revista A Sentinela.
Assim, tendo comprado as crenças de Nelson H. Barbour, Russell passou a pôr por escrito tudo o que ele acreditava que aconteceria em 1914.
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