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A geração que não passaria – parte 1

Eu lhes garanto que esta geração de modo algum passará até que todas essas coisas aconteçam (Mateus 24: 34).

Foi ainda na era de Rutherford que a Sociedade Torre de Vigia deu uma breve explicação para essa declaração de Jesus Cristo.

A conclusão, portanto, irresistível é que Jesus se referiu à nova criação [os ungidos] quando disse: "Esta geração não passará até que todas estas coisas ocorram" Isso, então, seria um forte indício de que alguns membros da nova criação estarão na terra no momento da Armagedom (A Sentinela de 15 de fevereiro de 1927, página 62).

(Raymond Franz conta que, já no ano anterior, a revista A Idade de Ouro (hoje Desperta!) “vinculou as palavras de Jesus sobre “esta geração” à data de 1914”) (Crise de Consciência, página 279). 

Mas, segundo Raymond Franz, cerca de 20 anos depois, a organização religiosa passou a explicar que Jesus referia-se não especificamente aos ungidos, mas a toda e qualquer pessoa que vivia em 1914, no ano em que, segundo ela, Jesus assumiu o Reino no domínio espiritual e todos os sinais ditos por ele passariam a ocorrer (Mateus 24; Marcos 13 e Lucas 21). Esses sinais seriam as “coisas” que deveriam ocorrer – todas – no período de no máximo uma geração. E ao final de todas elas – obviamente – o fim do mundo! (Crise de Consciência, páginas 265 e 266).

Quando seria o fim do mundo? Como já vimos, essa pergunta, cuja resposta Jesus alertou que era posse exclusiva do Pai, serviu de laço para Russell e Rutherford. E como veremos agora, nem o aviso de Cristo nem os tropeços de lideranças anteriores servirão de freio aos líderes de então. 

Segundo Raymond Franz, em princípio a medida de uma geração foi estimada em cerca de 30 a 40 anos. Serviu-se para isso de versículos tal como Números 32: 13, que menciona a palavra “geração” em conexão com “quarenta anos”. Contando 40 anos a partir de 1914, concluiu-se, na década de 40, que o fim do mundo devia estar dobrando a esquina. Então, com a chegada da década de 50, mas com o fim do mundo ainda à frente, um ajuste no cálculo mostrou-se necessário. Raymond Franz, fazendo referência à revista A Sentinela de 1º de setembro de 1952, páginas 542 e 543, menciona que a estimativa de uma “geração” passou a ser de uma vida inteira, isto é, 70 ou 80 anos (Crise de Consciência, página 265). Com esse novo entendimento, o fim do mundo podia ser esperado até para as próximas quatro décadas.  Mas então em 1966 o grupo de Brooklyn publicou um livro que trazia fortes asserções de que o fim do mundo bem provavelmente poderia vir em 1975. 


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