O que são? São tabuinhas cuneiformes contendo descrições da posição do Sol, da Lua, de planetas e de estrelas combinadas com informações históricas, como o ano de reinado de determinado rei (Revista de Novembro, página 24).
Depois da habitual definição do tópico a ser abordada, a Torre de Vigia novamente opta por procurar lançar dúvidas sobre a confiabilidade dos registros antigos.
O que os eruditos dizem? Os eruditos concordam que os babilônios desenvolveram extensas tabelas e listas para predizer quando era mais provável que ocorresse um eclipse. Mas poderiam os babilônios ter feito cálculos para trás no tempo a fim de saber quando os eclipses ocorreram? (Revista de Novembro, página 24).
Por que ela considera que isso tem que ser levado em conta?
O professor universitário John Steele diz: “É possível que algumas das primeiras predições tenham sido feitas por meio de cálculos para trás na época em que o texto foi compilado.” [...] Se esses cálculos forem retroativos, será que podem ser considerados absolutamente confiáveis sem que outras evidências os confirmem?
Mesmo que um eclipse tenha ocorrido em certa data, será que isso significa que a informação histórica que o escritor da tabuinha atribuiu àquela data é exata? (Revista de Novembro, páginas 24 e 25).
Então, para enfatizar sua argumentação, a Torre de Vigia exibe a tabuinha cuneiforme denominada BM 32238 (veja abaixo).
Referente a essa tabuinha, os autores dizem o seguinte:
Esta tabuinha inclui um registro de eclipses lunares, mas ela foi compilada só depois do último desses eclipses, uns 400 anos após o primeiro. Visto que o escriba não presenciou todos esses eventos, ele talvez tenha usado cálculos matemáticos para determinar quando os eclipses anteriores ocorreram. A menos que haja outras evidências que confirmem suas conclusões, cálculos desse tipo podem não ser uma fonte confiável de informações cronológicas (Revista de Novembro, página 24).
Em resposta à última citação, Carl Olof Jonsson escreveu:
Pode-se questionar por que os autores de A Sentinela optaram por começar fazendo referência a esta tabuinha, até mesmo mostrando uma foto dela na parte inferior da página 24, quando existem várias outras tabuinhas que descrevem eclipses lunares datados diretamente em reinados durante o período neobabilônico (Contra-argumentação de Jonsson à revista de Novembro, página 12).
É evidente que a Torre de Vigia reconhece que, ao fazer a coisa certa, enfraqueceria a sua argumentação. Afinal, se você quer provar que todo gato é preto, não pode permitir-se que haja gato branco à vista.
Mas será que a argumentação da Torre de Vigia tem alguma procedência? Conforme será visto adiante, com a ajuda de programas de computador, foram feitas simulações de eclipses para a antiga Babilônia. Essas simulações mostram que a hora de início dos eclipses simulados para os eclipses relatados diferem somente por alguns minutos. Quando se leva em conta que quatro minutos era a menor unidade de tempo usada pelos babilônios, então pode-se dizer que o registro era exato. Isso é importante porque, segundo Jonsson, os babilônios eram incapazes de calcular a ocorrência de eclipses com tamanha precisão. Assim, todos os registros de eclipses que se encaixam nesse padrão de medida podem ser atestados como sendo observação direta, não cálculos retroativos. Como há vários registros nessa categoria, a Torre de Vigia não tem desculpa quanto à acusação que levanta (Os Tempos dos Gentios Reconsiderados, páginas 206, 217-219; Contra-argumentação de Jonsson à revista de Novembro, páginas 14,15).
Quanto à declaração de Steele de que “é possível que algumas das primeiras predições tenham sido feitas por meio de cálculos para trás na época em que o texto foi compilado”, Jonsson declara que as palavras do autor foram citadas fora de contexto, estando, portanto, deturpadas. O próprio Steele foi notificado sobre isso por Marjorie Alley, uma conceituada astrônoma. Em resposta a Alley, Steele escreveu (os colchetes foram acrescentados pelo tradutor):
Prezada Alley:
Obrigado por seu e-mail referente à citação do meu trabalho no artigo recente da Sentinela. Conforme você sugere o autor deste texto está representando de maneira completamente deturpada o que eu escrevi, tanto no que eles dizem sobre as medidas dos lunar threes [as trincas de posições lunares], como no que eu digo sobre a possibilidade de cálculos retroativos de eclipses (meus comentários quanto a estes últimos se restringiram a um grupo específico e pequeno de textos que são diferentes do Diário que eles estão considerando). Com um simples olhar geral no artigo da Sentinela, posso ver que eles deturparam também as opiniões de outros eruditos, por selecionar citações fora de contexto.
Verifiquei a data da VAT 4956 em várias ocasiões e não vejo qualquer possibilidade de que ela possa ser fixada em qualquer outra data que não a convencional [568/567 AEC].
Atenciosamente, Jonh Steele.
(Contra-argumentação de Jonsson à revista de Novembro, página 24).
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