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Quando se desconfia de estar sendo enganado

Como disse anteriormente, as Testemunhas de Jeová são talvez o grupo religioso que mais procura qualificar os seus prospectivos membros para o exercício da fé. Mas como cada um pode checar, as questões complexas aqui apresentadas são abordadas de modo superficial ou sequer são tratadas nos seus livros de estudos para iniciantes. O resultado disso é que, posteriormente, muitas Testemunhas começam a ver indícios de que não lhe contaram toda a verdade. Iniciam então uma investigação, começam a fazer perguntas, expressam suas dúvidas. Como então reage a organização Torre de Vigia ante essa suspeita? 

Primeiro, vejamos que incentivo a organização usa para convencer pessoas de outras religiões a checarem se o que elas acreditam é realmente ensinamento bíblico (o itálico é dos autores): 

A Bíblia nos incentiva a checar as nossas crenças com o que ela ensina. (1 João 4:1) Milhões de leitores desta revista [Testemunhas de Jeová] podem atestar que fazer isso acrescentou objetivo e estabilidade às suas vidas. Portanto, [você, de outra religião] seja de ‘mentalidade nobre’ como os bereanos. ‘Examine cuidadosamente as Escrituras todos os dias’, antes de decidir em que crer. (Atos 17:11) As Testemunhas de Jeová terão prazer em ajudá-lo nesse respeito. Naturalmente, cabe a você decidir em que crer. No entanto, é sábio certificar-se de que suas crenças não sejam moldadas pela sabedoria e desejos humanos, mas sim pela revelada Palavra da verdade, de Deus. — 1 Tessalonicenses 2:13; 5:21 (A Sentinela de 1º de agosto de 2001, página 6).

Mas é surpreendente o que se escreveu em 1981, em um artigo dirigido àqueles que decidiram ser Testemunhas, muito provavelmente apenas depois do estudo superficial oferecido pela religião. Leiamos: 

Como devemos encarar o alimento espiritual provido pelo “escravo fiel e discreto”? [presumindo que o próprio conceito de “escavo fiel e discreto” não seja objeto de exame por parte da Testemunha] Deve ser encarado com crítica: ‘Ora, talvez seja verdade, mas, por outro lado, talvez não seja, e por isso temos de examiná-lo criticamente’? Pelo visto, alguns [Testemunhas de Jeová] pensavam assim. Para apoiar seu modo de pensar, citavam Atos 17:11, que diz a respeito de recém-interessados em Beréia: “Ora, estes últimos eram de mentalidade mais nobre do que os de Tessalônica, pois recebiam a palavra com o maior anelo mental, examinando cuidadosamente as Escrituras, cada dia, quanto a se estas coisas eram assim.”

O autor deste artigo certamente não desconhecia o texto de 1 João 4:1, que exorta cristãos batizados a checar a autenticidade de toda declaração que se diz inspirada (como meio de prevenir-se contra falsos profetas), mas, pelo visto, considerou-o inapropriado à argumentação pretendida. Que esse texto é apropriado, vê-se que, conforme consta na revista A Sentinela de 2001, que foi citada anteriormente, ele é usado para convencer membros de outras religiões a reexaminar suas crenças. Nesta citação, o texto de Atos 17:11 é considerado como argumentação inválida, uma vez que refere-se a “recém-interessados”. Curiosamente, o autor de 1981 não pensava assim, visto que o considerou aplicável a membros efetivos de outras religiões. O que se conclui de tudo isso é que, sem nenhum pudor, os autores procuram usar a Bíblia para dizer o que desejam dizer, independente do que ela realmente diz. Indica-lhe isso tratar-se de legítimos pastores? É esse o tipo de caráter que Cristo esperaria de quem se dispusesse a cuidar de Suas ovelhas? 

O artigo continua:

Mas significa isso que aqueles bereanos procuravam falhas na mensagem que ouviam, ou que a sua atitude era de dúvida? Estabelece isso um precedente para [nós Testemunhas] encararmos de modo crítico as publicações produzidas pelo “escravo fiel e discreto”, com o objetivo de achar falta neles? De modo algum!

Note com quanto desprezo a autoridade religiosa trata as Testemunhas que desejam reexaminar as suas crenças (na citação abaixo, o itálico é dos autores). 

Esses bereanos escutavam com prontidão, sim, avidez, com o fim de crer. De modo que não somente tinham mente acessível, mas queriam que estas “boas novas” se mostrassem verdadeiras. De fato, para alguém poder ter fé, precisa ter “a vontade de crer”. Se estiver decidido a não crer, então nenhuma evidência o convencerá; porque quando alguém procura desculpas, sempre poderá encontrá-las, algumas razões plausíveis para não aceitar a responsabilidade que a crença traz para ele. Conforme o apóstolo Paulo disse muito bem: “A fé não é propriedade de todos.” (2 Tes. 3:2) Mas os bereanos tinham vontade de crer. Examinavam aquilo que ouviam com uma disposição mental receptiva. Em resultado disso, “muitos deles tornaram-se crentes, e assim também não poucas das mulheres gregas bem conceituadas e dos homens”. — Atos 17:12.

Sinceramente, considero um absurdo dizer isso a respeito dos bereanos; mas é assim que a organização religiosa quer que ajam as Testemunhas; quer que elas acreditem, não necessariamente porque conseguiram comprovar que é verdade, mas apenas porque dedicar-se a investigações é mostra de falta de fé, que é quem age assim sempre vai achar um defeito, seja ele qual for. Agora imagine se todos os membros de todas as religiões adotassem esse modo de pensar; isso obviamente inviabilizaria o próprio ministério das Testemunhas, que consiste basicamente em convencer membros de outras religiões a reexaminar suas crenças. 

O artigo continua: 

Os discípulos de Jesus escreveram muitas cartas às congregações cristãs, àqueles que já estavam no “caminho da verdade”. (2 Ped. 2:2) Mas em parte alguma lemos que esses irmãos primeiro examinavam com cepticismo as Escrituras, para certificar-se de que essas cartas tinham apoio bíblico e que os escritores realmente sabiam de que estavam falando.

Sim, isso é verdade; mas também não lemos nada ao contrário, que eles acreditavam em qualquer carta que recebessem, apenas porque tinham a assinatura de um discípulo de Jesus ou porque lhes foi entregue por alguém que se dizia enviado de um discípulo; caso assim fosse, e visto que já por aquela época havia os falsos pastores, que também procuravam propagar suas ideias, como os cristãos podiam aceitar apenas as verdades genuinamente cristãs, se não lhes fosse recomendável examinar de modo crítico todas as cartas que lhes chegavam às mãos? O conselho do apóstolo João foi emitido no já fim do primeiro século, mas, à base dele, podemos concluir que isso era a prática, isto é, que eles examinavam cabalmente essas cartas. 

Referente ao “escravo fiel e discreto”, o mesmo artigo diz o seguinte: 

Uma vez que verificamos qual o instrumento que Deus usa como seu “escravo” para distribuir o alimento espiritual ao seu povo, Jeová certamente não se agradará se recebermos este alimento como se pudesse conter algo prejudicial. Devemos ter confiança no instrumento que Deus usa (as últimas citações, incluindo esta, são da revista A Sentinela de 15 de agosto de 1981, páginas 18,19).

Essa última argumentação parece fazer todo sentido. Ocorre que o reconhecimento do “escravo”, ou Corpo Governante, como sendo o “instrumento que Deus usa” é um dos assuntos apresentados mui superficialmente aos “recém-interessados”, conforme foi visto anteriormente. Portanto, se esse ponto estiver entre os motivos de dúvidas, inviabiliza-se o argumento da citação acima. E conforme será examinado no capítulo seguinte, a respeito desse assunto há muito mais envolvido; não se trata de algo que se possa abordar de forma convincente em apenas meia dúzia de páginas, como faz a autoridade religiosa. 

Portanto, como se viu, contrariamente aos conselhos que se dar a membros de outras religiões, a Testemunha de Jeová batizada é fortemente desestimulada a reexaminar a sua crença. A autoridade religiosa, no entanto, admite a possibilidade de alguma Testemunha passar a ter dúvidas quanto ao que acredita, ou quanto a uma nova interpretação bíblica por parte do Corpo Governante. A esses, que ação requer a autoridade religiosa? Vejamos: 

Digamos que alguém ache difícil entender ou aceitar certo ensino bíblico. Talvez tenha pesquisado na Bíblia e nas publicações disponíveis na congregação e procurado ajuda de cristãos maduros, até mesmo de anciãos. Mesmo assim, ele acha difícil entender ou aceitar o ponto. O que pode fazer? Algo parecido aconteceu cerca de um ano antes da morte de Jesus. Ele disse ser “o pão da vida” e que, para ganhar a vida eterna, a pessoa tinha de ‘comer a carne do Filho do homem e beber o seu sangue’. Isso chocou alguns de seus discípulos. Em vez de buscar uma explicação ou simplesmente esperar com fé, muitos deles ‘deixaram de andar com Jesus’. (João 6:35, 41-66) De novo, se estivéssemos lá, o que teríamos feito? (A Sentinela de 15 de abril de 2007, página 28).

O absurdo desse argumento vê-se quando se analisa a possibilidade de cada membro de cada denominação cristã resolver tomá-lo a peito, aceitando como bíblico qualquer conceito que se lhe apresente a liderança de sua religião. É assim que devem pensar as Testemunhas de Jeová. Pelo menos foi assim que pensei por 20 anos. Logicamente, se esse raciocínio é absurdo quando aplicado por membros de outras religiões, por que não é igualmente absurdo para a vasta maioria das Testemunhas de Jeová? Não o é porque foram levadas a concluir – por meio de um superficial estudo bíblico – que encontraram a religião verdadeira, que agora estão sendo dirigidas pelos representantes legítimos de Cristo, e que, portanto, depois de se batizarem, Jeová e Cristo não mais se agrada de quem, de repente, passa a duvidar daquilo que antes acreditaram com tanta satisfação. Esse último conceito está em total desacordo com a declaração do apóstolo João, já antes comentada: 

Amados, não acreditem em toda declaração inspirada, mas ponham à prova as declarações inspiradas para ver se elas se originam de Deus, pois muitos falsos profetas saíram pelo mundo afora (1 João 4:1).

O conselho de João foi dirigido a cristãos, mas atualmente as Testemunhas de Jeová só podem aplicá-lo com uma condição: que ao final, depois de porem à prova a mensagem bíblica de sua liderança religiosa, tenha como única conclusão que essa mensagem é absolutamente verdadeira, autêntica, inquestionável. Quer dizer se, depois desse exame, não puderem concordar a com a explicação fornecida pelo Corpo Governante?

O que devemos fazer quando pessoalmente tivermos dificuldade em entender ou em aceitar certo assunto? Devemos orar, pedindo sabedoria, e fazer uma pesquisa nas Escrituras e nas publicações cristãs. (Provérbios 2:4, 5; Tiago 1:5-8) Conversar com um ancião talvez ajude. Se o assunto ainda não puder ser entendido, talvez seja melhor no momento deixar a questão como está. Talvez se publiquem mais informações sobre o assunto e então ficará mais fácil de entender. No entanto, seria errado tentar convencer outros na congregação a aceitar nossa própria opinião divergente. Isto significaria semear discórdia, não empenhar-se para preservar a união. Seria muito melhor ‘estar andando na verdade’ e incentivar outros a fazer o mesmo! — 3 João 4 (A Sentinela de 15 de julho de 1996, página 17).

Observe que as únicas fontes de consulta admitidas, além da Bíblia, são a própria literatura da religião e seus líderes religiosos locais. Depois disso, em persistindo as dúvidas, a Testemunha é solicitada a se calar, uma vez que falar a outros sobre suas dúvidas significa semear discórdia. Consultar livros de outras religiões ou preparados por dissidentes é algo abertamente descartado (veja o capítulo 6 deste livro). 

E se a Testemunha, depois de pesquisas, acabar por concluir que não pode concordar com determinado ensino? Lembre-se: essa discordância pode ter a ver com o fato de que durante a sua época de estudo não lhe foi devidamente esclarecido determinado assunto, como, por exemplo, a questão do sangue, o direito de interpretar a Bíblia, ou até mesmo o sentido bíblico de “escravo fiel e discreto”. Referente a essas pessoas, o Corpo Governante, no ano de 1980, enviou uma carta a todos os supervisores regionais (superintendentes de circuitos, para as Testemunhas). Servindo-se das informações contidas em um artigo da revista A Sentinela, a carta foi muito explícita ao dizer como se deve lidar com Testemunha que tenha passado a não mais crer em algum ensino defendido pela autoridade religiosa. Leiamos (o sublinhado é de Raymond Franz; os colchetes são do tradutor): 

Não esqueçam que, para ser desassociado, um apóstata não tem necessariamente de ser um promotor de idéias apóstatas. Conforme mencionado no parágrafo 2, página 17 de A Sentinela de 1º de agosto de 1980 [em português, 1º de fevereiro de 1981]. “A palavra ‘apostasia’ vem de um termo grego que significa ‘ficar apartado’, ‘afastamento, deserção’, ‘rebelião, desistência’". Portanto, se um cristão batizado abandona os ensinamentos de Jeová, conforme apresentados pelo escravo fiel e discreto, e persiste em crer em outra doutrina apesar da repreensão bíblica, então ele está apostatando. Devem-se fazer esforços bondosos e contínuos para reajustar seu modo de pensar. Todavia, se, depois de ter-se feito tais esforços contínuos para reajustar seu modo de pensar, ele continuar crendo em idéias apóstatas e rejeitar o que tem sido provido através da ‘classe do escravo’, então se deve tomar uma ação judicativa apropriada (Uma extensão maior desta carta consta no livro Crise de Consciência, de Raymond Franz, páginas 373, 374)

Portanto, a desassociação pode ser a penalidade por se deixar de crer, não no que realmente diz a Bíblia, mas nos “ensinamentos de Jeová conforme apresentados pelo escravo fiel e discreto”. Contrário ao que faz com relação a outros assuntos, o Corpo Governante não nos deixa em dúvida sobre o que pode acontecer a uma Testemunha que não mais crer em determinados assunto imposto por ele. Em nome da união pregada por Cristo e por seus discípulos, o Corpo Governante foi ao extremo de requerer a uniformidade de crenças em sua interpretação da Bíblia. Diferentemente da carta citada acima, que é secreta, a citação abaixo está disponível a toda Testemunhas de Jeová: 

O fundador do cristianismo, Jesus Cristo, orou para que prevalecesse união entre seus seguidores (Jo 17:21), e os apóstolos estavam vitalmente interessados em preservar a unidade da congregação cristã. (1Co 1:10; Ju 17-19) A desunião de crença poderia dar margem a ferrenhas disputas, dissensões e até mesmo inimizades. (Veja At 23:7-10.) De modo que seitas deviam ser evitadas, sendo elas obras da carne. (Gál 5:19-21) Os cristãos foram advertidos contra se tornarem promotores de seitas ou de serem desencaminhados por falsos instrutores. (At 20:28; 2Ti 2:17, 18; 2Pe 2:1) O apóstolo Paulo, na sua carta a Tito, mandou que, depois de duas vezes admoestado, o homem que continuasse a promover uma seita fosse rejeitado, evidentemente significando que devia ser expulso da congregação. (Tit 3:10) Os que se negassem a ficar envolvidos em criar divisões dentro da congregação ou em apoiar determinada facção se destacariam pelo seu proceder fiel e dariam evidência de ter a aprovação de Deus. Aparentemente é isso o que Paulo queria dizer ao falar aos coríntios: “Também tem de haver seitas entre vós, para que os aprovados também se tornem manifestos entre vós.” — 1Co 11:19 (Estudos Perspicaz das Escrituras, volume 3, página 557).

Não há como negar que a Bíblia incentiva a que os cristãos mantenham a união, e isso envolve crer nos mesmos ensinos básicos do cristianismo. Mas todo o Novo Testamento deixa claro que havia divergência entre os cristãos a respeito de muitos outros assuntos; quanto a isso, as cartas de Paulo estão repletas de advertências, não de que se deveria promover a uniformidade de crenças, se necessário, por meio da excomunhão, mas de que essas questões deveriam ser tratadas como questões que envolvia a consciência de cada um, não sendo, portanto, objeto a ser levado à esfera judicativa. 

Mas não é assim que pensa o Corpo Governante, como toda Testemunha de Jeová pode confirmar para si mesma. Em razão disso, depois que uma Testemunha descobre que foi enganada, a reação normal esperada é que ela peça desligamento da religião. Mas quem construiu toda a sua vida nesse meio religioso, quem ali possui família, quem tem lá seu pai ou mãe, quem tem seus filhos ou filhas – todos eles ainda crente que estão na verdade, que somente terão esperança de salvação se ali permanecer – isso pode ser tudo que se perderá com uma renúncia à religião. É verdade que, conforme indica a norma religiosa, a comunicação só será cortada por completo para membros da família que não moram na mesma casa, mas não é só isso que está envolvido, a comunicação não é tudo; uma família unida envolve mais que comunicação; também está envolvido sentimentos fraternos, confiança, a certeza de que terão o apoio um do outro em momentos difíceis, e quando dá-se a dissociação, quando um membro renuncia à religião, corta-se esse laços, a família fica abalada, os membros ainda ativos muitas vezes não sabem se ainda podem contar com quem sai, e, em razão desse receio,  talvez nem os procurem em momentos difíceis. Depois de considerar tudo isso, uma Testemunha, seja pai ou mãe, seja filho ou filha, muitas vezes pensa muito mais que em si, pensa no bem estar da família, pensa que, em momentos de dificuldades, como em casos de doença ou em questões financeiras, pode ajudar melhor a sua família caso permaneça como membro da religião – e isso independe de se moram na mesma casa ou não.

A atitude do Corpo Governante visa apenas punir o membro “rebelde”, mas deixa de considerar que a ação resulta numa punição para ambas as partes. Também considera que, quando um filho punido deseja permanecer convivendo com a família, ou a ela retorna, talvez seja apenas para continuar desfrutando da boa vida que os pais oferecem.  Nessas condições, como visto anteriormente, sob o tema Desassociação, o pai, caso aceite o filho em casa, é avaliado quanto a se continua qualificado para usufruir de cargos na instituição religiosa. Mas, curiosamente, a norma religiosa também considera que o filho pode voltar para casa por motivos válidos, dentre eles, cuidar do genitor que esteja doente, ou talvez já bastante incapacitado pela idade. Isso mais uma vez pode implicar numa situação muito constrangedora para os pais, principalmente se estes foram fiéis à norma religiosa, mantendo os filhos longe de casa enquanto não careciam de cuidados especiais. Os filhos, caso se enquadrem nessa situação, podem não levar isso em conta, talvez atribuam essa atitude ao alto grau de controle que a religião exerce sobre os pais. Isso mas uma vez salienta quanto malefício pode causar a norma de pleno ostracismo adotada pela Torre de Vigia. 

Essa é a razão de muitas Testemunhas de Jeová permanecerem como tal; elas vão aos dias de cultos, algumas ainda desempenham tarefas internas e participam no serviço de visita aos lares, mas a tendência é que, com o tempo, entrem na inatividade, algo que a religião permite, e sem que isso resulte em penalidade. Para algumas, isso é psicologicamente desgastante; viver uma farsa sabe-se lá por quanto tempo, talvez décadas, certamente nunca lhes passou pela cabeça. Sabem, no entanto, que isso é resultado de que um dia, em algum ponto do passado, uma ou duas pessoas bateram à porta e, portando-se como mensageiros de Deus, venderam-lhe boas palavras, as quais fizeram bem à alma cansada, mas que, com o tempo, revelaram-se frias, vazias e mentirosas. 


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